Após um dia de calor, nada como um bom
banho, pois, além de relaxante e refrescante, o banho nos dá uma agradável
sensação de limpeza. É para satisfazer essa necessidade de higiene e limpeza
que as indústrias químicofarmacêuticas fabricam e comercializam anualmente
toneladas de produtos para a higiene pessoal.
Os principais produtos dessa indústria
são os sabões e os detergentes. Deles derivam os sabonetes, os xampus, os
cremes dentais, os sabões especiais para máquinas de lavar louça e roupas, os
detergentes desinfetantes, o sabão comum e outros. Sem dúvida alguma, é o sabão
comum o mais antigo destes produtos.
Segundo Plínio, o Velho (Histórias
Naturais, livro 18), os franceses e os alemães foram os primeiros a utilizar o
sabão.
A técnica de produção desenvolvida foi
passada posteriormente aos romanos, entre os quais adquiriu notoriedade.
Conforme escritos encontrados no papiro Ebers, datado de 1550 a.C., os povos
orientais e os gregos, embora não conhecessem o sabão, empregavam, na medicina,
substâncias químicas semelhantes – obtidas por um método similar ao de obtenção
do sabão, utilizadas como bases para a confecção de pomadas e ungüentos.
Somente no segundo século d.C., o sabão
é citado, por escritos árabes, como meio de limpeza.
Na Itália, foi conhecido devido à
existência, nas legiões romanas, de batedores que tinham a função de anotar
novidades existentes na cultura dos povos por eles subjugados. Ditos batedores
tomaram conhecimento das técnicas de produção do mesmo na Alemanha.
Denominaram-no, então, sapo.
Este produto foi muito apreciado nas
termas de Roma, mas, com a queda do Império Romano, em 476 d.C., sua produção e
consumo caíram muito.
Conta-se que os gauleses, tanto quanto
os germânicos, dominavam a técnica de obtenção de sabões e, por volta do século
I d.C., este produto era obtido em um processo rudimentar por fervura de sebo
caprino com cinza de faia, processo este que conferia-lhe um aspecto ruim.
Somente no século IX, será vendido, como
produto de consumo na França, onde também surge, nesta época, mais
especificadamente na cidade de Marselha, o primeiro sabão industrializado.
Pouco tempo depois, na Itália, nas cidades de Savona, Veneza e Gênova surgem
outras indústrias de sabão.
No século XVIII, os sabões finos mais
conhecidos na Europa vinham da Espanha (Alicante), França (Marselha) e Itália
(Nápoles e Bolonha).
No Brasil, a difusão e produção do sabão
demorou mais tempo, mas em 1860 já existiam fábricas de sabão em todas as
cidades importantes.
Atualmente consumimos uma enorme
quantidade de produtos derivados de sabões e detergentes em nosso cotidiano.
Por esse motivo, saber como essas
substâncias são produzidas, como agem e como são degradadas pela natureza,
torna-se fator importante para que nossa interação com o meio seja mais madura
e consciente.
Harley Procter, em 1878, chegou à conclusão
que a fábrica de vela e sabão herdada de seu pai deveria inovar seus produtos e
alcançar um lugar de destaque diante dos consumidores para, assim, concorrer
com os sabões finos e corrosivos vindos de outros países. Pensando nisso
iniciou a fabricação de um novo sabão que possuía característica singular em
relação aos outros, esse novo produto tinha textura delicada e cremosa, era
branco e com fragrância.
A sua empresa era responsável por
fornecer sabão ao exército, então, o químico James Gamble, primo de Procter,
conseguiu elaborar a fórmula e fabricar o que inicialmente era chamado de sabão
branco, esse possuía característica agradável, era abundante em espuma,
apresentava textura uniforme e aroma suave.
Um trabalhador da fábrica que tinha a
função de observar os tanques contendo sabão paralisou sua atividade para fazer
sua refeição (almoço), mas não desligou a máquina que fazia a mistura, em
decorrência do descuido houve um acréscimo extra de ar no sabão, depois do
ocorrido o material que deveria ser descartado foi lançado nas formas para
ganhar consistência e seguiu para o local do corte.
Ao chegar ao consumidor houve grande
satisfação, pois a quantidade de ar presente no sabão não permitia que ele
afundasse. A fábrica recebeu milhares de cartas pedindo mais do produto.
Quando descobriram que o desenvolvimento
do sabão ocorreu de forma involuntária, em um ato acidental, Procter pediu que
a partir daquele momento fosse inserida uma quantidade maior de ar.
Nesse mesmo momento Thomas Edison estava
obtendo sucesso com seu invento, a lâmpada elétrica, Procter percebeu que o
comércio de velas iria acabar por causa da nova invenção, decidiu então focalizar
seus esforços na promoção do novo sabonete.