O primeiro sabonete vegetal que se ouviu
falar foi da marca Eucalou. Derivado do eucalipto, o sabonete Eucalol era
verde, o que gerava uma certa rejeição do público, acostumado a cores mais
suaves, como branco e rosa.
Para cair no gosto do povo – e das
crianças, principalmente -, foi criado um concurso de poemas em 1928. Mas ainda
assim as vendas não eram boas e a empresa resolveu lançar estampas
diferenciadas nas embalagens.
Depois, para cair no gosto popular,
lançou mão em 1930 de uma campanha de publicidade jamais vista na época:
Decidiu colocar estampas diferenciadas dentro das embalagens dos sabonetes para
incentivar o colecionismo, e com isso aumentar as vendas e o faturamento da empresa.
Através do formato de brindes, as estampas do sabonete Eucalol viraram uma
febre entre a população. Sua aceitação foi tanta que as tais estampas passaram
a ser consideradas um material incentivador da cultura; possuidor de cunho
didático e um ótimo referencial de aprendizagem.
De 1930 a 1957, Santos Dumont, episódios
nacionais, fauna e flora brasileiras e compositores célebres surgiam nas
embalagens, totalizando 2,4 mil estampas, que eram utilizadas inclusive como
material didático. Eucalol chegou até a patrocinar o programa “Balança mas não
cai”, da Rádio Nacional, nos anos 50.
No entanto, a chegada das multinacionais
– LEVER e PALMOLIVE – enfraqueceu as vendas do EUCALOL, retirando em 1957 as
estampas do mercado, bem como acelerando o ritmo para que no ano de 1980, a
empresa que produzia o sabonete EUCALOL abrisse falência definitivamente.
No entanto caminhando no paralelo estava
a Botica Granado. Esta foi a primeira “Pharmacia” que manipulava produtos
vegetais. Iniciou suas atividades em 1870.
Sua sede era e é até hoje no Rio de
Janeiro. Sem fazer alarde e com um conceito de atender cliente a cliente a
marca foi crescendo e 1930 abriu sua primeira filial, ainda no Rio de Janeiro.
Mesmo após a falência da Eucalou a
Granado continuou produzindo seus sabonetes vegetais e chegou a ser a maior
produtora deste tipo de produto e assim continua até hoje.
Ao longo de todo este tempo alguns
artesãos faziam seus sabonetes vegetais em casa para vender na vizinhança
aparecendo com isto os glicerinados. Mas nada de muito relevante. O que
realmente cria a passos largos eram os sabonetes de gordura animal.
Com a chegada da francesa L’Occitane em
1996 e seus sabonetes vegetais vindos do berço deste tipo de produto, os
sabonetes de Marseille, não demorou muito para outras marcas também aderirem e
começarem a produzir seus sabonetes vegetais.
Com o mundo revendo conceitos e valores
o resgate ao natural era inevitável e por isto que os sabonetes vegetais
viraram o que são hoje. Os objetos de desejo e o link para grandes marcas
falarem com seu público como o caso da Natura.
Não sei dizer quantas marcas hoje
existem no Brasil que fabricam somente saabonetes vegetais, mas seguramente
estes não vieram apenas como moda, desta vez vieram para ficar.
Como dica, se você gostou do que leu,
entendeu o conceito e quer mudar seus hábitos para sabonetes vegetais procure
sempre os que contenham azeite de oliva, pois são os mais hidratantes e
deliciosos.
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